1997: PEARL JAM & TODD MCFARLANE CRIAM DO THE EVOLUTION

Música e clipe que são um tapa na cara dos anos 90.

1997: PEARL JAM & TODD MCFARLANE CRIAM DO THE EVOLUTION.

Contexto social: o grunge estava decaindo e ocorria a ascensão do britpop (Oasis, Radiohead, Blur, Pulp, The Verve etc) e algumas bandas eletrônicas como Prodigy.

Eddie Vedder e cia estavam em conflito enorme com a ticket Master, porque consideravam um roubo o preço dos ingressos dos seus shows (e pagariam caro por esse conflito).

A banda de Seattle (lembrando que Vedder é de Chicago mas morava em Los Angeles quando foi convidado pelo então baterista do Red Hot Chili Peppers para gravar vocais para a banda Mother Love Bone que tinha perdido seu cantor para uma overdose e esta banda com Vedder como frontman seria rebatizada de Pearl Jam) também estava peitando a gravadora: após o sucesso de TEN, optaram por uma sonoridade mais crua em Versus, mas mesmo assim eram tratados como banda pop.

Então adotaram em Vitalogy um som de garagem, gravado de forma analógica, e a seguir em No Code, um disco experimental, quase de world Music. Prosseguiam vendendo como água e sendo tratados como rockstars. Pararam então de dar entrevistas, produzir clipes e focaram em turnês e shows mais intimistas. Nada, contudo, parecia frear o carisma dos rapazes.

E como Saramago, que escreveu ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA em 95, na contramão do otimismo vigente da ideia do FIM DA HISTÓRIA de Fukuyama, o Pearl Jam escreveu DO THE EVOLUTION, canção pessimista, com animação cruel e bela, talvez inspirada também pela Guerra da Bósnia, que ocorrera alguns anos antes, mas cujos crimes de guerra estavam sendo descobertos naquele período.

Vedder, tal como o autor lusitano, não sabia porque as pessoas estavam tão otimistas e felizes, apenas porque a URSS colapsara, quando o Capitalismo nunca fora justo. Se a Sociedade de Mercado não foi equânime enquanto esteve sob fogo cruzado de um sistema político rival como o comunismo, por que haveria de ser, agora que o neoliberalismo reinaria sozinho?

O desenho brutal de Todd Mcfarlane (autor de Spawm) completa a música em uma simbiose artística tão perfeita quanto a de The wall do Pink Floyd.

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Para assistir a íntegra: